Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Teodoric Borgognoni.
No dia 24 de dezembro de 1298 faleceu Teodoric Borgognoni também conhecido por Teodorico de Lucca.
Nascido em 1205, este italiano foi médico e um dos cirurgiões mais famosos do período medieval. Estudou medicina na Universidade de Bolonha e simultaneamente tornou-se um frade dominicano.
Em 1240, Teodorico foi designado médico do Papa Inocêncio IV e em 1262 foi nomeado bispo de Bitonto e mais tarde bispo da Cérvia , cargo que ocupou até à sua morte.
A sua principal obra médica é a Cyrurgia, uma obra em 4 volumes que abarcava todos os aspectos da cirurgia. O livro rompeu com muitas práticas tradicionais cirúrgicas praticadas pelos gregos antigos e os cirurgiões árabes da época. Neste livro foi significativa, a importância da experiência pessoal e da observação em oposição a uma confiança cega nas fontes antigas, prática de então. Na sua medicina diária insistia que o hábito de incentivar o desenvolvimento de pus em feridas, transmitido por Galeno e pela medicina árabe deveria ser substituído por uma abordagem mais anti-séptica, com a limpeza e suturação da ferida para promover a cicatrização. As bandagens das feridas deveriam ser pré-embebidas em vinho como uma forma de desinfetante!
Em relação à Anestesia, Teodorico desenvolveu as esponjas soporíficas (“soporific sponges”) embebidas numa solução de ópio e mandrágora, cicuta, suco de amora, hera e outras substâncias. Era aplicada no nariz do doente para induzir inconsciência e assim promover o alívio da dor cirúrgica. Para acordar o doente, sugeriu a utilização de vinagre e raízes de funcho.
Teodorico de Lucca, é o exemplo de como boas ideias são por razões desconhecidas subitamente abandonadas e muitos anos depois (neste caso vários séculos…), reaproveitadas!…
Na próxima semana, descubra porque é que William Clarke, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!