Heinrich Irenaeus Quincke

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Heinrich Quincke

26 de Agosto de 1842! Nasce em Frankfurt an der Order, Heinrich Irenaeus Quincke. Filho de um médico proeminente, fez o seu doutoramento na Universidade de Berlim, tendo sido um internista e cirurgião muito conceituado. Em 1873 foi nomeado professor de medicina interna na Universidade de Berna, e mais tarde na Universidade de Kiel.
A sua descoberta mais famosa em 1882, foi a caracterização do angioedema habitualmente referido como “edema de Quincke”, que se manifesta por vermelhidão e palidez sob o leito ungueal e que é uma manifestação de insuficiência aórtica.
Outra das invenções notáveis de Quincke, refere-se à “punção de  Quincke” atualmente denominada punção lombar! A sua invenção apresenta alguns aspectos curiosos que se descrevem em seguida. Após os seus trabalhos sobre fisiologia do líquido céfalo-raquidiano (LCR), Quincke especulou sobre o eventual benefício da drenagem deste líquido em crianças com hipertensão intracraniana. Em 1872, Quincke tinha estudado em cães a anatomia e a fisiologia do líquido céfalo-raquidiano. Estes seus estudos encorajaram-no a inserir uma agulha fina com um estilete no espaço entre duas vértebras lombares de uma criança. Esta primeira introdução terá causado uma pequena lesão de uma raiz nervosa na cauda equina mas não causou paralisia. Desde o momento que Quincke reconheceu as potencialidades diagnósticas e terapêuticas desta nova abordagem, resolveu dedicar-se ao seu estudo. Assim mediu pressões, conteúdos em açúcar, proteínas, etc. Descobriu que a meningite purulenta cursava com níveis baixos de açúcar no LCR. Descobriu também que na meningite tuberculosa havia bacilos da tuberculose no LCR. Puncionou o ventrículo lateral em crianças com hidrocéfalo. Finalmente viu o seu trabalho coroado de êxito ao ser reconhecido o seu esforço de investigação nos anos que se seguiram à apresentação da sua comunicação no congresso de Wiesbaden em 1891.
Em 1893 descreve a hipertensão intracraniana idiopática, também chamada “meningite serosa”.
Morre em 19 de Maio de 1922 em Frankfurt am Main rodeado pelos livros que escreveu!…

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Edward R. Squibb

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Edward R. Squibb

Em 4 de Julho de 1819 nasceu em Wilmington, Delaware, o Dr. Edward R. Squibb.
Foi graduado em Medicina pelo Jefferson Medical College em 1845, tendo iniciado a prática de Medicina em várias áreas de interesse.
Em 1948 alista-se na US Navy como médico naval, abandonando a sua clínica privada. Passou 4 anos em vários navios no Atlântico e Mediterrâneo, tomando notas sobre os vários aspectos que caracterizavam a vida e o tratamento dos marinheiros: dieta deficiente, tradições vergonhosas e má qualidade da medicina exercida a bordo dos navios.
Durante 6 meses, suspendeu a sua actividade naval para frequentar cursos de actualização na Jefferson Medical College. No decurso destes cursos, ficou visivelmente sensibilizado pelas cirurgias efectuadas com o novo “éter sulfúrico”, tendo tomado inúmeras notas nos seus livros. Estudou química e familiarizou-se com as propriedades do éter. As críticas que manifestou em relação à Marinha, conduziram à criação de um laboratório naval em Brooklyn com o objectivo de produzir fármacos de qualidade.
O interesse de Squibb pelo éter teve resultados práticos em 1853, quando verificou que o éter utilizado nas anestesias era muito impuro produzindo efeitos muito diversos com amostras diferentes. O seu objetivo foi produzir éter puro, consistente e fiável pelo que desenvolveu no decurso de 1854 um aparelho para destilar éter. Recusou-se a patentear a sua invenção permitindo deste modo que toda a gente beneficiasse da sua invenção. Publicou pormenorizadamente todo o processo de fabrico em 1856 no American Journal of Pharmacy.
Em 1858, fundou a Squibb Pharmaceutical Co.. A sua companhia tinha como objectivo produzir fármacos que fossem eficazes, com princípios activos puros e padronizados, facto que não acontecia nos medicamentos existentes na época. Dos primeiros medicamentos encomendados, destacam-se: o clorofórmio, o éter e a cocaína.
Faleceu em 1906, tendo deixado um legado inestimável no desenvolvimento do conceito de “fármacos puros”. Depois de Squibb, nunca mais os fármacos foram aquelas substâncias que, com algum grau aleatório quase sempre resultante do seu grau de impureza, podiam curar ou matar sem se saber a causa.

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