Theodoric de Lucca

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Theodoric de Lucca!

Hoje, vamos recuar no tempo para falar um pouco sobre Theodoric Borgogntl1oni (Theodoric de Lucca) (1205–1298).
Médico italiano e bispo foi um dos cirurgiões mais marcantes da idade média. A sua actividade foi assinalada por ser considerado o responsável pela introdução e promoção de avanços médicos significativos como por exemplo a base dos processos anti-sépticos na cirurgia e no uso de anestésicos.
Estudou Medicina na Universidade de Bolonha altura em que se tornou num bispo dominicano. Nos anos da década de 1240, tornou-se médico do papa Inocêncio IV.
O seu principal trabalho médico foi o livro “Cyrurgia” um tratado cobrindo todos os aspetos da cirurgia, nomeadamente e entrtl2e outros, o tratamento de feridas torácicas e abdominais e o tratamento de alguns cancros. Este trabalho corta com práticas médicas tradicionais herdadas dos antigos gregos e árabes. Defendeu o princípio da limpeza das feridas, ao contrário dos antigos cirurgiões que defendiam o desenvolvimento de pus nas feridas como fazendo parte do processo curativo. Para isso advogou a realização de pensos sobre as feridas embebidos em vintl3ho como desinfectante. Também promoveu o uso de anestésicos durante a cirurgia. Para isso usava uma esponja embebida em ópio e mandrágora.
É assinalável a visão deste médico que na época em que viveu desenvolveu este conceito de impregnação das feridas com analgésicos, prática que hoje em dia ainda se mantém num estado primário de desenvolvimento.
Faleceu em 24 de dezembro de 1298.

Na próxima semana, descubra porque é que Peter Mark Roget, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”! 

Charles Baudelaire

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Charles Baudelaire!…

Vamos, desta vez, abordar uma forma mais filosófica de conceber a Anestesia e os seus efeitos. Para isso a personagem escolhida para encarnar esta temática é Charles Baudelaire.cb1
Nasceu em Paris a 9 de abril de 1821. Estudou no Colégio Real de Lyon e Colégio Louis-Le-Grand (de onde foi expulso por não querer mostrar um bilhete que lhe foi passado por um colega)…
Em 1840 foi enviado à Índia pelo padrasto, preocupado com sua vida desregrada,, mas nunca chegou ao destino. Pára na ilha da Reunião e retorna a Paris. Atingindo a maioridade, toma posse da herança do pai. Por dois anos vive entre drogas e álcool na companhia de Jeanne Duval.
Em 1857 é lançado o seu livro mais conhecido e polémico: As Flores do Mal contendo 100 poemas. É acusado no mesmo ano, pelo Poder de ultrajar a moral pública. Os exemplares são confiscados, o escritor paga de multa de 300 francos ecb2 a editora de 100.
Baudelaire ficou conhecido pelas suas sessões de poesia negra realizadas em ambiente poluído por fumadores de haxixe. No seu ensaio “Poema do Haxixe” publicado em 1895 faz algumas observações interessantes sobre a Anestesia: “Apesar dos admiráveis serviços que o éter e clorofórmio prestaram à humanidade, parece-me que, do ponto de vista da filosofia idealista o mesmo estigma moral marcado pela diminuição do livre-arbítrio humano e da dor necessária, é a marca em todas as invenções modernas. Não foi sem uma certa admiração que uma vez escutei o paradoxo de um oficial que me contou a cruel operação sofrida por um general francês em El-Aghouat, e que, apesar do clorofórmio, morreu. Este general era um homem muito corajoso e cavalheiro, uma vez que me disse que não era do clorofórmio que ele precisava, mas sim dos olhos de todo o exército e das músicas da sua banda. Assim, provavelmente teria sido salvo”. O cirurgião não concordou com o oficial, mas o capelão teria sem cb3dúvida admirado estes sentimentos.
Este conceito de “dor necessária” parece que actualmente ainda é apanágio de alguns médicos (felizmente cada vez menos), que continuam a pensar que “é preciso sofrer para saber dar o valor” e que “sem dor não há diagnóstico”!…
  Baudelaire faleceu em Paris em 31 de Agosto de 1867  devastado pela sífilis com 46 anos. O seu corpo está sepultado no Cemitério do Montparnasse.

Na próxima semana, descubra porque é que Theodoric de Lucca, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!