Friedrich Serturner

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Friedrich Serturner.

Em 19 de Junho de 1783, nasceu em Neuhaus, Alemanha, Friedrich Wilhelm Adam Ferdinand Serturner.
Órfão desde os 15 anos e habituado a conviver na corte do príncipe de Paderborn, começou a interessar-se pelo princípio ativo que tornava o ópio tão eficaz no controle da dor.
Decorria o ano de 1803 quando Seturner aprendiz de farmácia com 20 anos de idade, isolou e extraiu do ópio cristais de morfina. Ao fazê-lo tornou-se o primeiro químico a isolar e a identificar o ingrediente ativo associado a uma planta ou erva medicinal. A sua descoberta permitiu que inúmeros médicos prescrevessem morfina em doses regulares. Evitou-se assim o risco de sobredosagem geralmente associado à prescrição de preparados com sementes de ópio.
Serturner batizou este princípio ativo com o nome de morfina em honra de Morpheus o deus grego do sono. Após este sucesso, continuou as suas experiências discretamente em ratos e cães de modo a conseguir obter a dose ideal para administrar em seres humanos. Recrutou também amigos para experiências a que ele próprio também se submeteu. Assim, verificou que doses baixas de morfina induziam um estado de alegria e de sensação de “leveza mental”. Com doses mais elevadas aparecia um estado de confusão e fadiga excessiva. Aumentando as doses induzia-se um estado de sono com náuseas e cefaleias ao despertar. Como os seus amigos iam desistindo da ingestão de doses maiores, Serturner resolveu auto-ingerir doses progressivamente maiores. Descobriu assim que a morfina era extremamente aditiva!
Só em 1809 após publicação do seu artigo intitulado “Ueber das Morphium als Hauptbestandteil des Opiums”, foi reconhecida mundialmente a sua descoberta.
No fim da sua vida tornou-se vítima de uma depressão crónica como consequência da sua incapacidade de desenvolver uma fórmula para um analgésico oral eficiente e sem efeitos secundários. Ficou hipocondríaco e sentiu no seu estado de saúde os efeitos da sobredosagem da morfina que passou a tomar regularmente.
Faleceu em 20 de fevereiro de 1841 poucos anos antes da invenção dos fármacos analgésicos por via endovenosa.
Apesar da sua educação básica, o trabalho de Serturner demonstrou para além do isolamento dos cristais de morfina que as plantas medicinais contêm substâncias específicas que podem ser extraídas com eficácia. Estas substâncias podem ser controladas com precisão e serem a base de fármacos fundamentais para a manutenção do bem-estar dos seres humanos.

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Louisa May Alcott

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Louisa May Alcott

Louisa May Alcott nasceu em Filadélfia, Pensilvânia, em 29 de Novembro de 1832. Ficou célebre pela sua atividade como escritora tendo-se dedicado principalmente à literatura infantil. Louisa sonhava ser atriz mas tornou-se escritora. Inspirou-se nas suas próprias experiências para escrever o seu romance mais famoso: Mulherzinhas (1868). No entanto, também publicou vários livros policiais sob o pseudónimo de A. B. Barnard.
Durante a Guerra Civil, Louisa trabalhou como enfermeira no hospital da União em Washington D.C.. O seu primeiro trabalho em que retrata a sua experiência no hospital intitulou-se Hospital Sketches (1863). Neste trabalho Louisa descreve o tratamento brutal das feridas dos soldados e das horríveis amputações a que eram submetidos. Refere-se ao éter como o merciful magic of ether que não era administrado em todas as cirurgias. Durante esta sua actividade contraiu febre tifóide, tendo sido tratada com grandes doses de calomel, um composto contendo mercúrio.
Durante o resto da sua vida e até à sua morte em 6 de Março de 1888, devido aos efeitos a longo prazo do mercúrio, auto-medicou-se com ópio e morfina. A dependência do ópio é visível em alguns dos seus últimos livros: The Marble Woman ou The Mysterious Model.
Uma revisão recente da doença de Louisa Alcott sugere que a verdadeira causa da sua morte não tenha sido devido ao envenenamento com mercúrio mas sim a uma doença autoimune. Os últimos retratos, revelam uma mulher com rash nas faces característico do lupus!…

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Theodoric de Lucca

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Theodoric de Lucca!

Hoje, vamos recuar no tempo para falar um pouco sobre Theodoric Borgogntl1oni (Theodoric de Lucca) (1205–1298).
Médico italiano e bispo foi um dos cirurgiões mais marcantes da idade média. A sua actividade foi assinalada por ser considerado o responsável pela introdução e promoção de avanços médicos significativos como por exemplo a base dos processos anti-sépticos na cirurgia e no uso de anestésicos.
Estudou Medicina na Universidade de Bolonha altura em que se tornou num bispo dominicano. Nos anos da década de 1240, tornou-se médico do papa Inocêncio IV.
O seu principal trabalho médico foi o livro “Cyrurgia” um tratado cobrindo todos os aspetos da cirurgia, nomeadamente e entrtl2e outros, o tratamento de feridas torácicas e abdominais e o tratamento de alguns cancros. Este trabalho corta com práticas médicas tradicionais herdadas dos antigos gregos e árabes. Defendeu o princípio da limpeza das feridas, ao contrário dos antigos cirurgiões que defendiam o desenvolvimento de pus nas feridas como fazendo parte do processo curativo. Para isso advogou a realização de pensos sobre as feridas embebidos em vintl3ho como desinfectante. Também promoveu o uso de anestésicos durante a cirurgia. Para isso usava uma esponja embebida em ópio e mandrágora.
É assinalável a visão deste médico que na época em que viveu desenvolveu este conceito de impregnação das feridas com analgésicos, prática que hoje em dia ainda se mantém num estado primário de desenvolvimento.
Faleceu em 24 de dezembro de 1298.

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