Heinrich Irenaeus Quincke

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Heinrich Irenaeus Quincke

Em 26 de Agosto de 1842 nasceu em Frankfurt Hhiq1einrich Irenaeus Quincke.  Filho de um destacado médico (Hermann Quincke), foi doutorado em 1863 pela Universidade de Berlim, tendo estudado previamente nas Universidades de Heidelberg e de Wurzburg. Entre 1865 e 1871 exerceu medicina como internista entre Viena e Berlim.
Foi nomeado professor de medicina interna da Universidade de Berna em 1873. Cinco anos mais tarde mudou-se para a Universidade de Kiel onde permaneceu até à sua reforma em 1908.
Em 1882 descreve o angioedema geralmente referido como “edema de Quincke”. Um dos sinais de insuficiência aórtica, descrito como “pulso de Quincke” foi descrito na mesma altura (pulsação capilar sob o leito ungueal). Foi também o primeiro médico a propor a drenagem cirúrgica de abcessos pulmonares e a descrever a importância do posicionamento do doente para melhorar a higiene brônquica. É também atribuído a Quincke a descoberta da associação entre a anemia perniciosa e o carcinoma gástrico.
A “punção de Quincke” sinónimo de punção lombar, foi efectuada inicialmente para ter acesso ao líquido céfalo-raquidiano com o objectivo de possibilitar alguns diagnósticos como por exemplo a “meningite serosa” (actualmente conhecida por hipertensão intracraniana idiopática) descrita em 1883 por Quincke.. Após os seus primeiros trabalhos sobre a fisiologia do líquido céfalo-raquidiano e das suas experiências com cães hiq2(1872), postulou o interesse da drenagem do líquido céfalo-raquidiano como forma de tratar a hidrocefalia nas crianças. Os resultados encorajadores que obteve, conduziram ao desenvolvimento da técnica da punção lombar. Mediu as pressões do líquido céfalo-raquidiano, determinou a concentração proteica e de glucose e descreveu a associação de níveis baixos de glucose na meningite purulenta. Diagnosticou a meningite tuberculosa ao isolar bacilos de Koch no líquido céfalo-raquidiano.

Morreu em Frankfurt em 19 de Maio de 1922 rodeado pelos seus livros!…

Na próxima semana, descubra porque é que Charles Baudelaire, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!

Johann Bernhard Quistorp

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Johann Bernhard Quistorp

Bernhard Quistorp nasceu em Rostock (Alemanha) em 1692. Filho de uma famíliajq1 abastada dedicou-se à Medicina com todo o seu empenho e devoção. Estudou nas universidades de Rostock e Leipzig sempre com óptimo aproveitamento e estabeleceu-se como médico na sua cidade natal depois de ter percorrido grande parte da Europa onde adquiriu muita experiência. Quistop fica definitivamente ligado à Anestesia quando em 20 de Julho de 1718 no grande auditório da Universidade de Rostock, defende publicamente a sua tese intitulada “De Anesthesia”. Escrita em latim, esta palavra era sobremaneira invulgar nesta época. Apenas na Grécia e Roma Clássicas este termo tinha sido utilizado e com significados variados sendo um deles “um estado de insensibilidade”… A única aparição desta palavra no moderno mundo ocidental até então é referida no “Castelli´s Lexicon Medicum Graeco Latinum”, publicado em 1713. A sua definição era a “privação dos sentidos”!… Quistorp na sua tese define a Anestesia como “uma perda de sensação, espontânea, profunda, mais ou menos persistente, por todo o corpo excepto nos órgãos que são responsáveis pelo pulso e pela respiração.” Descreve também muitas etiologias para esta situação, incluindo “vapores que ao entrarem no corpo podem produzir anestesia”. Notável é também a sua definição de 4 estados de profundidade que vão da “verdadeira anestesia – catalepsia” até ao estado de letargia!
Durante o restante século XVIII e todo o século XIX, a palavra apareceu em inúmeros dicionários médicos. Em 1846 Oliver Wendall Holmes sugere que esta palavra seja aplicada ao estado induzido pelas experiências com éter efectuadas por William Morton.
Morre em 1761.
Quistorp fica assim na História da Anestesia como o principal responsável pela introdução, definição e banalização da palavra Anestesia e abriu assim caminho para a discussão que se desenvolveu nas décadas seguintes em torno do seu significado até atingir a sua maturidade..

Na próxima semana, descubra porque é que Quincke, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!