Gardner Quincy Colton

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Gardner Quincy Colton

Quem foi Gardner Quincy Colton?
Nascido em 17 de Fevereiro de 1814 em Georgia, Vermont, Estados Unidos da América, estudante de Medicina, ficou célebre pelo entusiasmo que demonstrou na utilização do protóxido de azoto como analgésico durante a atividade de dentista.
Na sua primeira demonstração pública do protóxido de azoto ganhou 535 dólares! Após este êxito estrondoso, abandonou os estudos médicos e dedicou-se a viajar pelo país fazendo inúmeras apresentações e cursos. Em 10 de Dezembro de 1844 em Hartford, Connecticut, numa das suas inúmeras apresentações, um voluntário da audiência fez uma ferida na sua perna mas não sentiu qualquer dor uma vez que estava sob o efeito analgésico do protóxido de azoto.
No dia seguinte Horace Wells, fascinado com a demonstração do dia anterior submeteu-se a uma extração dentária sob o efeito do protóxido de azoto. Não sentiu qualquer dor!
Em 1849 após uma tentativa frustrada de encontrar ouro na Califórnia, Colton funda, juntamente com dois outros dentistas a Colton Dental Association que tinha como principal objetivo a promoção do uso do protóxido de azoto em procedimentos dentários.
Entre 1864 e 1897, Colton e os seus associados utilizaram o protóxido de azoto em dezenas de milhares de extrações dentárias!…
Para além desta sua atividade, Colton esteve também associado a duas importantes invenções: o telégrafo (era amigo de Morse) e o motor elétrico.
Faleceu em 9 de Agosto de 1898 em Roterdão.
Mais pormenores sobre a vida de Colton em Anesthesia Analgesia 1991;72:382-91.

Na próxima semana, descubra porque é que Samuel Colt, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!

 

John Snow

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é John Snow

 A 10 de Novembro de 1856 no Hospital do King´s College em Londres, John Snow efectuou a primeira administração clínica de Amileno, um gás anestésico até aí investigado apenas em animais.
Mas quem era John Snow? Nascido a 15 de Março de 1813, numa família de nove irmãos, estudou até aos 14 anos. É nesta altura que é apresentado a amigos da família que praticavam as artes da Medicina e Cirurgia. Desta forma nasceu a vocação pela Medicina, que tem como corolário o início da sua carreira médica no Hospital de Westminster em 1837. Rapidamente é admitido no Royal College of Surgeons of England em 2 de Maio de 1838.
John Snow foi um dos pioneiros a estudar e calcular as doses de administração do éter e clorofórmio com fins anestésicos, permitindo assim a realização de procedimentos cirúrgicos sem o pavor e a dor outrora vulgarmente aceites. A sua grande reputação advém do facto de ter administrado clorofórmio à rainha Victoria durante o parto dos seus dois últimos filhos, Leopold (1853) e Beatrice (1857). Estes acontecimentos históricos conduziram à grande aceitação na Europa da anestesia em obstetrícia.
Após a experiência relatada em 1856, John Snow abandonou o uso do amileno em 1857 como resultado da morte de dois doentes. No verão de 1857, John G. Orton publicou dois trabalhos no Boston Medical e no Surgical Journal sobre o uso de amileno (fornecido por John Snow), na extração de uma unha encravada e num caso de obstetrícia. A história do amileno tem um episódio muito interessante e que é interpretado por um correspondente do New York Times que descreve de uma forma delirante uma cirurgia em que é utilizado amileno para anestesiar um doente com “necrose da tíbia”. É a seguinte a descrição do jornalista: “She did not go to sleep, and yet she felt no pain; her eyes remained open during the whole operation, which lasted nearly an hour….” O amileno ganhou alguma popularidade na Alemanha e na Grã-Bretanha até ao fim do século XIX.
Com a idade de 45 anos, John Snow é vítima de um AVC enquanto trabalhava em Londres. Nunca recupera totalmente, vindo a falecer em 16 de Junho de 1858.

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