John Snow

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é John Snow

 A 10 de Novembro de 1856 no Hospital do King´s College em Londres, John Snow efectuou a primeira administração clínica de Amileno, um gás anestésico até aí investigado apenas em animais.
Mas quem era John Snow? Nascido a 15 de Março de 1813, numa família de nove irmãos, estudou até aos 14 anos. É nesta altura que é apresentado a amigos da família que praticavam as artes da Medicina e Cirurgia. Desta forma nasceu a vocação pela Medicina, que tem como corolário o início da sua carreira médica no Hospital de Westminster em 1837. Rapidamente é admitido no Royal College of Surgeons of England em 2 de Maio de 1838.
John Snow foi um dos pioneiros a estudar e calcular as doses de administração do éter e clorofórmio com fins anestésicos, permitindo assim a realização de procedimentos cirúrgicos sem o pavor e a dor outrora vulgarmente aceites. A sua grande reputação advém do facto de ter administrado clorofórmio à rainha Victoria durante o parto dos seus dois últimos filhos, Leopold (1853) e Beatrice (1857). Estes acontecimentos históricos conduziram à grande aceitação na Europa da anestesia em obstetrícia.
Após a experiência relatada em 1856, John Snow abandonou o uso do amileno em 1857 como resultado da morte de dois doentes. No verão de 1857, John G. Orton publicou dois trabalhos no Boston Medical e no Surgical Journal sobre o uso de amileno (fornecido por John Snow), na extração de uma unha encravada e num caso de obstetrícia. A história do amileno tem um episódio muito interessante e que é interpretado por um correspondente do New York Times que descreve de uma forma delirante uma cirurgia em que é utilizado amileno para anestesiar um doente com “necrose da tíbia”. É a seguinte a descrição do jornalista: “She did not go to sleep, and yet she felt no pain; her eyes remained open during the whole operation, which lasted nearly an hour….” O amileno ganhou alguma popularidade na Alemanha e na Grã-Bretanha até ao fim do século XIX.
Com a idade de 45 anos, John Snow é vítima de um AVC enquanto trabalhava em Londres. Nunca recupera totalmente, vindo a falecer em 16 de Junho de 1858.

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Louisa May Alcott

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Louisa May Alcott

Louisa May Alcott nasceu em Filadélfia, Pensilvânia, em 29 de Novembro de 1832. Ficou célebre pela sua atividade como escritora tendo-se dedicado principalmente à literatura infantil. Louisa sonhava ser atriz mas tornou-se escritora. Inspirou-se nas suas próprias experiências para escrever o seu romance mais famoso: Mulherzinhas (1868). No entanto, também publicou vários livros policiais sob o pseudónimo de A. B. Barnard.
Durante a Guerra Civil, Louisa trabalhou como enfermeira no hospital da União em Washington D.C.. O seu primeiro trabalho em que retrata a sua experiência no hospital intitulou-se Hospital Sketches (1863). Neste trabalho Louisa descreve o tratamento brutal das feridas dos soldados e das horríveis amputações a que eram submetidos. Refere-se ao éter como o merciful magic of ether que não era administrado em todas as cirurgias. Durante esta sua actividade contraiu febre tifóide, tendo sido tratada com grandes doses de calomel, um composto contendo mercúrio.
Durante o resto da sua vida e até à sua morte em 6 de Março de 1888, devido aos efeitos a longo prazo do mercúrio, auto-medicou-se com ópio e morfina. A dependência do ópio é visível em alguns dos seus últimos livros: The Marble Woman ou The Mysterious Model.
Uma revisão recente da doença de Louisa Alcott sugere que a verdadeira causa da sua morte não tenha sido devido ao envenenamento com mercúrio mas sim a uma doença autoimune. Os últimos retratos, revelam uma mulher com rash nas faces característico do lupus!…

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