Os Opióides

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é “Os Opióides”.

Neste número, vamos abordar uma temática um pouco diferente da habitual. As nossas atenções vão recair sobre os opióides e derivados e sobre a sua aplicação medicamentosa há cerca de 100 anos!…

Entre 1890 e 1910 a heroína era divulgada como um substituto não viciante da morfina. Era usada como anti-tússico para crianças…

Vinho com coca, foi uma formulação muito popular. Os efeitos medicinais eram “inegáveis”(?) mas geralmente eram consumidos pelo seu valor “recreativo”

    Em 1865 era o principal vinho de coca do seu tempo. O Papa Leão XIII transportava um frasco com este vinho e premiou o seu criador (Ângelo Mariani) com uma medalha de ouro

 A heroína era vulgarmente usada não apenas como analgésico mas também contra a asma, tosse e pneumonia. A heroína com glicerina (associada a açúcar e outros temperos) tornava o opióide mais agradável para a ingestão oral

  “Para a asma e outras doenças espasmódicas”. O líquido volátil era colocado numa panela e aquecido por um lampião de querosene

 

  Estas drageias de cocaína eram “indispensáveis” para os cantores professores e oradores. Ótimo para as odinofagias, tinham um efeito “animador” para que estes profissionais atingissem o máximo da sua performance.

 Peso de papel com promoção da CF Boehringer & Soehne. “Os maiores fabricantes do mundo de quinino e cocaína” ostentavam orgulhosamente a sua posição de líder no mercado da cocaína

 Os rebuçados de cocaína para a dor de dentes (1885), eram populares para as crianças. Não apenas suprimiam a dor como também melhoravam o “humor”…

 Para tranquilizar bebés recém-nascidos não era necessário um grande esforço dos pais, mas sim, ópio. Este frasco contém uma mistura de ópio e álcool (46%)… Posologia-. Crianças: até aos 5 dias, 3 gotas; até às 2 semanas, 8 gotas; até aos 5 anos, 25 gotas. Adultos, 1 colher cheia.

 Na próxima semana, descubra porque é que Benjamin Thompson, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!

 

Edward R. Squibb

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Edward R. Squibb

Em 4 de Julho de 1819 nasceu em Wilmington, Delaware, o Dr. Edward R. Squibb.
Foi graduado em Medicina pelo Jefferson Medical College em 1845, tendo iniciado a prática de Medicina em várias áreas de interesse.
Em 1948 alista-se na US Navy como médico naval, abandonando a sua clínica privada. Passou 4 anos em vários navios no Atlântico e Mediterrâneo, tomando notas sobre os vários aspectos que caracterizavam a vida e o tratamento dos marinheiros: dieta deficiente, tradições vergonhosas e má qualidade da medicina exercida a bordo dos navios.
Durante 6 meses, suspendeu a sua actividade naval para frequentar cursos de actualização na Jefferson Medical College. No decurso destes cursos, ficou visivelmente sensibilizado pelas cirurgias efectuadas com o novo “éter sulfúrico”, tendo tomado inúmeras notas nos seus livros. Estudou química e familiarizou-se com as propriedades do éter. As críticas que manifestou em relação à Marinha, conduziram à criação de um laboratório naval em Brooklyn com o objectivo de produzir fármacos de qualidade.
O interesse de Squibb pelo éter teve resultados práticos em 1853, quando verificou que o éter utilizado nas anestesias era muito impuro produzindo efeitos muito diversos com amostras diferentes. O seu objetivo foi produzir éter puro, consistente e fiável pelo que desenvolveu no decurso de 1854 um aparelho para destilar éter. Recusou-se a patentear a sua invenção permitindo deste modo que toda a gente beneficiasse da sua invenção. Publicou pormenorizadamente todo o processo de fabrico em 1856 no American Journal of Pharmacy.
Em 1858, fundou a Squibb Pharmaceutical Co.. A sua companhia tinha como objectivo produzir fármacos que fossem eficazes, com princípios activos puros e padronizados, facto que não acontecia nos medicamentos existentes na época. Dos primeiros medicamentos encomendados, destacam-se: o clorofórmio, o éter e a cocaína.
Faleceu em 1906, tendo deixado um legado inestimável no desenvolvimento do conceito de “fármacos puros”. Depois de Squibb, nunca mais os fármacos foram aquelas substâncias que, com algum grau aleatório quase sempre resultante do seu grau de impureza, podiam curar ou matar sem se saber a causa.

Na próxima semana, descubra porque é que…Heinrich Quincke, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!