Crawford Long

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Crawford Long

Até ao dia 30 de Março de 1842, a descrição habitual de uma intervenção cirúrgica era a seguinte: A man, screaming in agony, is held down on an operating table by 5 others while the surgeon amputates his left leg above the knee”
Neste dia, em Jefferson, Geórgia, o médico e farmacêutico americano Dr. Crawford Williamson Long (1815-1878) teve a ideia de usar o éter na anestesia do seu amigo James Venable para a remoção de dois pequenos tumores da nuca. O doente não demonstrou sentir a mínima dor! Alguns estudantes assistiram à cirurgia e constataram que o doente só acreditou que tinha sido operado quando Long lhe mostrou os dois tumores retirados.
Seguiu-se outra anestesia: o filho de uma escrava tinha queimado gravemente a mão e precisava amputar dois dedos. Para a amputação do primeiro dedo Long usou a inalação de éter, não tendo o doente referido qualquer dor. O segundo porém foi amputado após passar o efeito do éter e apenas nesta segunda amputação houve demonstração de dor. Desta forma foi comprovado que a analgesia era devida ao éter.
Long acreditava que apenas deveria utilizar o éter em pequenas cirurgias mas que, para grandes intervenções, a necessidade de uma inalação prolongada, durante todo o acto cirúrgico, poderia ter efeitos nefastos. Long utilizou éter em 8 cirurgias mas devido a conselhos de colegas sobre o perigo do éter, principalmente quando levava à inconsciência, e pelo receio de ser linchado por uma multidão revoltada caso alguma intervenção corresse menos bem, abandonou a técnica e não publicou os seus resultados. Só em 1849 após o médico Thomas Morton ter obtido a patente do éter como anestésico (1846), é que Long publicou as suas experiências.
Durante todos estes anos Long não foi reconhecido como o inventor da anestesia. No entanto nas duas últimas décadas a justiça foi reposta e Crawford Long foi considerado como o responsável por esta revolução na Medicina.
Morreu em Athens, Georgia (1878) sem pedir a patente da sua descoberta!…

Na próxima semana, descubra porque é que Jules Cloquet, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!

Pierre-Cyprien Oré

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Pierre-Cyprien Oré

 Bordéus, Hospital de Santo André, 9 de Fevereiro de 1874, 17 horas. O professor Pierre-Cyprien Oré (1828-1891), cirurgião do hospital, resolve tratar em regime de urgência um doente do sexo masculino de 52 anos, com tétano em fase aguda. Para isso, submeteu-o a uma sedação com hidrato de cloral, graças ao método das injeções endovenosas. É injetado por duas vezes na veia basílica, 9 g de hidrato de cloral diluído em 10 g de água. O doente, quase instantaneamente, «cai num sono profundo e tranquilo. A rigidez muscular desaparece e a respiração torna-se calma e regular. A anestesia foi tão completa que pude explorar o dedo traumatizado sem qualquer limitação, o que era impossível com o  doente acordado. Decidi fazer a extração do prego sem qualquer queixa do doente. O sono durou cerca de 11 horas». No  total, Oré fez 4 injeções. O doente curou-se e voltou para sua casa em 28 de fevereiro. Oré admitiu que esta foi a primeira anestesia endovenosa que se realizou.
Em 16 de fevereiro deste mesmo ano, Oré revela esta experiência à Academia Francesa de Ciências. “Ore was very enthusiastic about intravenous anesthesia with chloral hydrate, and believed it to be superior to inhalation anesthesia with ether or chloroform.”
Já dois anos antes Oré tinha publicado um artigo preliminar sobre esta técnica.
Em 1875 publica a primeira monografia sobre a técnica: “Études Cliniques sur L’Anesthesie Chirurgicale par La Methode des Injections de Chloral dans Les Veines”.
Apesar dos sucessos, os trabalhos de Oré suscitaram uma hostilidade quase generalizada devido essencialmente à recuperação lenta dos doentes e à elevada mortalidade. Felizmente M. Deneffe, professor em Gand (Bélgica), propõe a Oré continuar as suas pesquisas na Bélgica. O método pode então desenvolver-se de tal modo que brevemente a anestesia com hidrato de cloral irá substituir a anestesia com clorofórmio no hospital de Gand.

Na próxima semana, descubra porque é que Crawford Long, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!

Samuel Colt

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Samuel Colt!

Samuel Colt, nasceu em 1814 em Hartford (Estados Unidos da América) e tornou-se um inventor e industrial famoso ao registar a patente e a fabricar em 1836 as pistolas que adquiriram o seu nome – Colt.
Ainda teenager, Colt desenvolveu uma obsessão por armas de fogo e explosivos. Frequentou a Amherst Academy onde desenvolveu as suas capacidades e inventou um fogo de artifício original para celebrar o 4 de Julho. Infelizmente o edifício da escola ardeu!… E Colt receando ser expulso deixou a escola…
Aos 18 anos, para angariar fundos para continuar a sua investigação em armas de fogo, tornou-se um vendedor ambulante, promovendo espetáculos de anestesia de seres humanos com protóxido de azoto. O “Dr.” Colt tornou-se um astuto vendedor. As suas credenciais rapidamente se potenciaram e tornou-se Professor Coult of Calcutta, London and New York. Com estas demonstrações com o “gás hilariante” que ele próprio produzia, rapidamente ganhou fama e dinheiro que permitiram continuar as suas investigações no fabrico de armas e fundar a Patent Arms Company. Os seus revólveres tornaram-se famosos, ao ponto de serem vendidos por Colt na guerra da Crimeia (1854-56) a ambos os beligerantes! Foram também os responsáveis pela cultura das armas que ainda prevalece no EUA nos dias de hoje.
Morreu na sua cidade natal em 1836 e os seus restos mortais repousam no Cedar Hill Cemetery, Hartford, Connecticut.
Colt tornou-se um bom exemplo em como a arte de anestesiar desde os seus primórdios, teve outras aplicações interessantes muito para além do… Bloco Operatório!…

Na próxima semana, descubra porque é que… Pierre-Cyprien Oré, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!

Manual de Procedimentos 2017 – Lançamento da edição digital

Procedimentos 2017

“Coming together is a beginning. Keeping together is progress. Working together is success.” Henry Ford

Com o primeiro trimestre de 2017 quase a chegar ao fim, eis que surge a décima primeira edição do Manual de Procedimentos do Serviço de Anestesiologia do IPOLFG – PROCEDIMENTOS 2017 – confirmando a vontade, o entusiasmo e o profissionalismo de todos os elementos do Serviço em continuar empenhados nesta difícil e desafiante tarefa.

Após a fase inicial de dúvidas e inseguranças perante a incerteza face à mudança de Direção, o Serviço vai afirmando a sua identidade e readquirindo a capacidade de inovação e preocupação contínua no aperfeiçoamento da sua atividade.

As alterações na legislação, relativamente aos patrocínios da indústria farmacêutica, vão tornando cada vez mais difícil obter os meios necessários para a manutenção e concretização deste ambicioso projeto e de outros que têm surgido no Serviço.

Esta nova edição do nosso manual, para além da atualização de acordo com as novas guidelines e da respetiva revisão, inclui um novo capítulo: “Ventilação Não Invasiva”.

O nosso objetivo, de manter uma edição anual, foi mais uma vez alcançado. Faremos o possível para poder dizer o mesmo, daqui a um ano.

Aproveito esta oportunidade para agradecer a todos os elementos do Serviço de Anestesiologia do IPOLFG, a colaboração e o apoio que senti ao longo deste primeiro ano de Direção do Serviço. Tem sido uma tarefa árdua, mas gratificante liderar esta equipa de que muito me orgulho, principalmente pela enorme responsabilidade de dar continuidade ao trabalho de um Diretor tão carismático e convicto das suas decisões como o Dr. José Manuel Caseiro.

Ao Serviço de Anestesiologia do IPOLFG, o meu MUITO OBRIGADA! Sem a colaboração de TODOS, nada disto teria sido possível..

Isabel Serralheiro Fevereiro 2017

Heinrich Irenaeus Quincke

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Heinrich Quincke

26 de Agosto de 1842! Nasce em Frankfurt an der Order, Heinrich Irenaeus Quincke. Filho de um médico proeminente, fez o seu doutoramento na Universidade de Berlim, tendo sido um internista e cirurgião muito conceituado. Em 1873 foi nomeado professor de medicina interna na Universidade de Berna, e mais tarde na Universidade de Kiel.
A sua descoberta mais famosa em 1882, foi a caracterização do angioedema habitualmente referido como “edema de Quincke”, que se manifesta por vermelhidão e palidez sob o leito ungueal e que é uma manifestação de insuficiência aórtica.
Outra das invenções notáveis de Quincke, refere-se à “punção de  Quincke” atualmente denominada punção lombar! A sua invenção apresenta alguns aspectos curiosos que se descrevem em seguida. Após os seus trabalhos sobre fisiologia do líquido céfalo-raquidiano (LCR), Quincke especulou sobre o eventual benefício da drenagem deste líquido em crianças com hipertensão intracraniana. Em 1872, Quincke tinha estudado em cães a anatomia e a fisiologia do líquido céfalo-raquidiano. Estes seus estudos encorajaram-no a inserir uma agulha fina com um estilete no espaço entre duas vértebras lombares de uma criança. Esta primeira introdução terá causado uma pequena lesão de uma raiz nervosa na cauda equina mas não causou paralisia. Desde o momento que Quincke reconheceu as potencialidades diagnósticas e terapêuticas desta nova abordagem, resolveu dedicar-se ao seu estudo. Assim mediu pressões, conteúdos em açúcar, proteínas, etc. Descobriu que a meningite purulenta cursava com níveis baixos de açúcar no LCR. Descobriu também que na meningite tuberculosa havia bacilos da tuberculose no LCR. Puncionou o ventrículo lateral em crianças com hidrocéfalo. Finalmente viu o seu trabalho coroado de êxito ao ser reconhecido o seu esforço de investigação nos anos que se seguiram à apresentação da sua comunicação no congresso de Wiesbaden em 1891.
Em 1893 descreve a hipertensão intracraniana idiopática, também chamada “meningite serosa”.
Morre em 19 de Maio de 1922 em Frankfurt am Main rodeado pelos livros que escreveu!…

Na próxima semana, descubra porque é que Hanaoka Seishu, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!

|Factores humanos em Anestesia| ANTS e “segurança psicológica”

Todos sabemos que para ser um bom médico e anestesiologista são fundamentais competências técnicas. Conhecimentos teóricos, desde farmacologia e fisiologia a benefícios e contra-indicações de dada técnica anestésica, e destreza prática a realizar procedimentos como colocação de catéteres epidurais ou intubação orotraqueal. Ambos igualmente imprescindível para uma prática autónoma e segura. Mas recentemente, uma ênfase crescente está a ser dada a elementos que ultrapassam o que classicamente era considerado no currículo da Anestesiologia – factores humanos e competências não técnicas.
Numa visão inspirada pelos esforços na aviação de aumentar a segurança e fiabilidade de sistemas, o conceito de ANTS – Anesthesia Non-Technical Skills (1) – procura tornar-nos aptos a lidar mais eficazmente com as situações complexas que a prática anestésica requer diariamente, melhorando a nossa gestão de tarefas e trabalho em equipa. Desenvolve competências transversais a qualquer prática anestésica de qualidade, procurando melhorar o desempenho dos profissionais de saúde e a segurança dos doentes.
É importante compreender que os factores humanos vão para além de checklists ou modelos de organização mental, e o seu efeito para além dos limites do bloco operatório ou enfermaria.
 
Na realidade, os factores humanos condicionam toda a prática clínica assistencial, e se empreendemos tão grandes esforços para apurar as nossas competências técnicas, investindo em ensaios clínicos, formação médica contínua e elaboração de protocolos, devemos igualmente compreender como outros factores podem melhorar o nosso desempenho. Sendo o trabalho em equipa um dos pilares das ANTS, e uma realidade incontornável da prática anestésica, torna-se interessante explorar o que lhe permite ser produtiva e eficaz. O Projecto ARISTOTLE, que decorreu desde 2009 na Google, analisou o trabalho de centenas de trabalhadores, procurando identificador os factores associados às equipas que obtinham melhores resultados(2). Os factores associados ao sucesso, mais do que características dos elementos individuais da equipa, correspondiam a uma “cultura de trabalho” própria, que favorecia que cada um dos elementos desse o melhor de si à tarefa em curso. 5 características de “equipas de sucesso” foram identificadas (figura 1). A que claramente parecia ter maior impacto era a de psychological safety/”segurança psicológica”, definida por um ambiente em que as pessoas se sentiam livres de expressar as suas opiniões, dar sugestões abertamente sem medo de criticismo ou represálias, e em que se tenta que todos os elementos da equipa se envolvam nas decisões. 
Na aplicação do estudo de factores humanos à aviação, e mais tarde nos conselhos práticos dos ANTS, já era presente a noção de que uma estrutura hierárquica demasiado rígida e uma estratégia punitiva vs construtiva na identificação e correcção de erros levavam a piores resultados. Vários estudos demonstram que isto se aplica aos profissionais dos cuidados de saúde (para quem tenha mais curiosidade sobre o tema, recomendo o livro “Smarter, Better, Faster”, de Charles Duhigg).
Nenhum destes conceitos ou estudos garante uma fórmula mágica ou princípios absolutamente universais, mas representam uma área que potencialmente pode melhorar a nossa prática. Tudo o que é necessário para os aplicar é vontade e alguma reflexão, e poderemos sair todos beneficiados, especialmente os doentes. 
 
1- R. Flin, R. Patey,R. Glavin, N. Maran. Anaesthetists’ non-technical skills. Br J Anaesth (2010). 105 (1): 38-44. DOI: https://doi.org/10.1093/bja/aeq134
 
2 – Duhigg C. What Google Learned From Its Quest to Build the Perfect Team.

In The New York Times Magazine.  Fev 25, 2016

 
Figura 1 – 

Fanny Burney

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Fanny Burney

 Fanny Burney nasceu em 13 de junho de 1752. Na sua infância conviveu com a melhor sociedade londrina onde estava perfeitamente integrada. Durante 5 anos (1786-1791), trabalhou na corte de George III e da rainha Charlotte.
Destacou-se como romancista tendo publicado vários livros célebres: “Evelina”, “The History of A Young Lady´s Entrance into the World”.
Em 1793 Fanny Burney casou com Alexandre Jean Baptiste Piochard d´Arblay, general do exército de Luís VI.
Em 1802 Fanny e a sua família foram viver para França durante 10 anos. É neste período, mais concretamente em 30 de setembro de 1811, que é sujeita a mastectomia direita por suspeita de carcinoma da mama. Durante a cirurgia, recusou qualquer fármaco ou álcool!… 9 meses depois escreve uma carta a sua irmã Esther descrevendo os horrores da cirurgia sem anestesia…
“A doctor gives her a wine cordial, the only anesthetic she receives. Waiting for all the doctors to arrive causes her agony, but at three o’clock, “my room, without previous message, was entered by 7 Men in black”.
When the dreadful steel was plunged into the breast—cutting through veins, arteries, flesh, nerves—I needed no injunctions not to restrain my cries. I began a scream that lasted unintermittingly during the whole time of the incision—& I almost marvel that it rings not in my Ears still! so excruciating was the agony. When the wound was made, & the instrument was withdrawn, the pain seemed undiminished, for the air that suddenly rushed into those delicate parts felt like a mass of minute but sharp & forked poniards, that were tearing the edges of the wound— but when again I felt the instrument—describing a curve—cutting against the grain, if I may so say, while the flesh resisted in a manner so forcible as to oppose & tire the hand of the operator, who was forced to change from the right to the left—then, indeed, I thought I must have expired.
I attempted no more to open my Eyes, —they felt as if hermetically shut, & so firmly closed, that the Eyelids seemed indented into the Cheeks. The instrument this second time withdrawn, I concluded the operation over—Oh no! presently the  terrible cutting was renewed—& worse than ever, to separate the bottom, the foundation of this dreadful gland from the parts to which it adhered—Again all description would be baffled—yet again all was not over,—Dr Larry rested but his own hand, &—Oh Heaven!—I then felt the Knife tackling against the breast bone—scraping it! …not for days, not for Weeks, but for Months I could not speak of this terrible business without nearly again going through it! I could not think of it with impunity! …& this miserable account, which I began 3 Months ago, at least, I dare not revise, nor read, the recollection is still so painful.”
O relatório médico da operação refere que foram necessárias 3 horas e 45 minutos para remover a mama direita…
Fanny Burney viveu mais 29 anos. É impossível determinar se o seu tumor era realmente maligno…
Este pequeno texto revela a importância que a Anestesia trouxe para o desenvolvimento da cirurgia ao permitir hoje em dia todo o tipo de intervenções cirúrgicas sem qualquer sofrimento para o doente.

Na próxima semana, descubra porque é que… Edward Squibb, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!

Richard Lovell Edgeworth

Todas as semanas reveja uma personalidade que por motivos muito diversos está ligada à História da Anestesia. Esta semana, o escolhido é Richard Lovell Edgeworth

Hoje vamos falar um pouco sobre Richard Lovell Edgeworth. Nascido em Bath, Inglaterra em 13 de Maio de 1744, desde cedo se notabilizou na escola pelo interesse que dedicava à mecânica.
Durante a sua longa carreira foi membro do Parlamento e Fellow da Royal Society. Foi amigo do filósofo francês Rousseau, do engenheiro James Watt e de Erasmus Darwin, avô de Charles Darwin.
Edgeworth foi desde muito novo um profícuo autor e inventor. Uma das suas invenções foi o tellogaph para o que foram construídas 30 torres nas 130 milhas que separam Galway e Dublin. Com este sistema, as mensagens codificadas eram transmitidas em 8 minutos! No entanto o clima irlandês impedia uma visão consistente entre as torres, pelo que o projecto não teve o sucesso desejado.
Edgeworth foi pai de 22 crianças das suas 4 mulheres!…
A sua ligação à Anestesiologia prende-se com o facto de ter sido um dos patronos financeiros do Beddoe´s Pneumatic Medical Institute, onde foram realizadas múltiplas experiências com o protóxido de azoto.
Uma das suas filhas, Anna, casou com Thomas Beddoes que em conjunto com Humphry Davy e vários outros investigadores estudaram em Bristol (1799-1800), as propriedades da inalação do protóxido de azoto. Outra das suas filhas, Maria, tornou-se escritora e observou e descreveu frequentemente experiências com o protóxido de azoto.
Edgeworth faleceu em 1817.

Na próxima semana, descubra porque é que Fanny Burney, mereceu as honras de ser nomeado por este “site”!

Manual de Procedimentos 2016 – Lançamento da edição digital

Procedimentos 2016“Algo só é impossível até que alguém duvide e resolva provar o contrário. “
Albert Einstein

 

Neste conturbado ano de 2015, marcado ainda pela crise (nacional e internacional) e mais recentemente pelo drama dos refugiados sírios, foi também para o Serviço de Anestesiologia do IPOLFG um ano profundamente marcado por algo já anunciado, mas de que ainda não se tinha tomado consciência absoluta – a precoce e voluntária aposentação do seu carismático Diretor, Dr. José Manuel Caseiro.

Esta décima edição do Manual de Procedimentos do Serviço de Anestesiologia do IPOLFG – PROCEDIMENTOS 2016 – marca assim uma nova fase do Serviço, sem o importante contributo de uma pessoa que pelas suas qualidades de liderança, conferiu a este Serviço de Anestesiologia uma dinâmica e uma capacidade de intervenção na nossa área profissional, de que todos muito nos orgulhamos.

Para os elementos do Serviço de Anestesiologia do IPOLFG trata-se de um desafio, já assumido, de tudo fazer para continuar, melhorar e desenvolver a cada passo, toda a atividade deste grupo que teve o privilégio de ser dirigido pelo Dr. José Manuel Caseiro.

Quanto a mim, confesso que tenho vivido estes últimos tempos com alguma ansiedade, face às dúvidas que se me colocaram no início deste projeto.

Passada esta primeira fase, as dúvidas vão-se desvanecendo à medida que o projeto se vai consolidando. Não foi fácil chegar aqui e tenho a noção de que cada vez mais vai ser difícil obter os meios necessários para dar continuidade a esta tarefa.

Nesta edição do nosso manual, para além da revisão e atualização que sempre fazemos, abrimos espaço para mais dois capítulos: “Anestesia Geral Endovenosa (TIVA) com Recurso a “Target Controlled Infusion” (TCI)” e “Abordagem Perioperatória de Doentes com Elevado Consumo de Álcool”.

Além destes dois capítulos novos, introduzimos ainda três novos Auxiliares da Atividade Anestésica: “Tabela de Valores Auxiliares para Interpretação de Ecocardiograma”, “Algoritmo para Abordagem da Estenose Aórtica Grave em Cirurgia Eletiva Não Cardíaca” e “Algoritmo para Avaliação Pré-Operatória para Cirurgia Torácica”.

Quanto às dificuldades, que parecem avolumar-se, deixam no ar o espectro da dúvida de se no próximo ano aqui nos continuaremos a encontrar.

A edição anual é indiscutivelmente um dos nossos objetivos, mas se for absolutamente inevitável, evoluirá para publicação bianual, de modo a dar continuidade a esta tarefa de reconhecida pertinência.

Isabel Serralheiro
Novembro 2015

Anesthesia Basic Support

Anesthesia Basic Support é o novo suporte básico para anestesistas produzido pelo serviço de anestesiologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil.

Esta aplicação é baseada no manual de procedimentos do serviço de anestesiologia do IPOLFG.Já está disponível para dispositivos android na google play e brevemente estará disponível para dispositivos IOS na app store da apple,

ABS - Anesthesia Basic Support

ABS – Anesthesia Basic Support

Veja aqui algumas imagens do seu novo suporte básico.